As ideias também fazem sexo.

As ideias também fazem sexo.

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Recinto no sofá

Você sabe que a liz azul está com gosto apodrecido? (Ela e a vodka brigaram quanto ao redator enquanto odiávamos nosso emprego).

Disse bom dia envolta no aroma esmaltado de algo que me escapa. Sento-me ao sofá. " O Fabuloso Destino de Amélie Poulain tem cores fantásticas." Saliva esmaltada. Algo escapa.

Cheiro de gato em névoa pela sala (quase mastigável) ainda esmalto de amarelo azulado as únhas do pé. Ela marina no aroma. Silêncio.

Poeira podre

Olhos que são meus lembram-me; apontavam para morangos que apodreciam na estante de madeira escura, em cima de um livro amarelado e poeira amarelada e papéis de parede  gastos, de amarelo. Não tocava tango

A cor do lustre lixou o aço de teus dentes, que são, roubados. Minhas margaridas contaram ao céu da boca dela qur quase odiariam café azul (mad preferem estrelas como vinho)

Comi morangos. Quase podres. Apenas lambi os mofados (Para que não os visse nessa situação). Não há sujeito.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Raridade dolorosa

"Seja cru"
Estou cansado de suas indecisões. Aquelas que dizem respeito a nós. Entendo as que dizem respeito a ti. Também eu as enfrento. Também eu, não sei quem sou. Também eu, vivo em conflito constante. Também eu, sou vários. Comumente só sei que te quero e que contigo posso contar. Sabia. Seria prazer seu brincar com meus (raríssimos) portos-seguros? Afinal, com todas minhas idas, vindas, somas, subtrações, divisões, multiplicações, conversões, desaparecimentos, desintegrações e voltas, junções e colagem de cacos, faço, fiz, tudo para não confundir a ti, para mostrar que era irrefutável.
Então, recuperei-me. Sobrevivi a você depois de ter-me deixado frente á uma nova catástrofe. Sobrevivente de mim, de ti e dos outros. Hoje tu vens e diz "ainda te tenho encrustado em mim" e quase, por um instante, caio novamente em teu abismo. Não te lembras? sou gás hélio. Cansei de poupar-te de minha flutuação. Talvez use essa defesa, monstruosa, contra este monstro. Não se se sinto tanto. Alguns traumas são irreparáveis.


sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Pulsar

"Tempo meio incerto e sem metades" diria sobre o céu lá fora. Tinha o dom. Transmutação de qualquer assunto em poesia, clima poético.

Trabalhava com mágica quando (re)conheceu-me. Já havia escutado meus batimentos antes que eu me soubesse viva. Naquela noite renunciou a si. Como renunciara ao circo quando viu mamãe. Como quase renunciara aos seus batimentos quando ela parou de pulsar. Ela que possuía átomos pulsantes como o sol, brilhantes como ninguém.

Chegou do funeral e referia-se a si em terceira pessoa. Seu pai fora vários e agora, ela era duas. Era a carcaça, estática, negativa em negação, estátua de bronze. E a flutuante ao lado, enfurecida com cada fonema hipócrita do "Ele-era-boa-pessoa-sinto-muito-vai-passar.", Furacão explosivo.
Somos nós que sentimos. 

Não vai passar
.
Ele passou
.
Já passou
.
De que importa ter sido bom? Que foi ser bom? Ele não foi bom para que tivessem o que dizer em seu velório. A mim não faz diferença.

Na mesa de vidro a cartola. Embaixo dela o gato. Deitou-se ao lado dele. Senti o corpo leve. Depois formigamento. Formigas leves. E X A U R I D A . Dormirei aqui. Leve (de novo) vertigem. Abri os olhos que são meus. Talvez fosse mesmo mal-estar. NÃO! eu estava sendo abduzida pela luz; de uma cartola. Como num disco voador. Nunca fui abduzida por um deles, mas, uma vaca me contou uma vez como foi com ela.


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terça-feira, 1 de agosto de 2017

Banhada em escrita por ódio


Localiza-me
Não  tem-me mais a mim

Se as odiava, talvez elas notassem. Talvez doesse serem usadas por mim. Talvez vingasse-me. Escrevo por vinganças.

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Asma sanguínea flutuante

Flutuante. Não precisa de alucinações para isso. É  uma sensação recorrente, quase sempre, rápida  demais. Sim, está sempre sã quando visitada.
Gosto de lembrar que sou um balão. Ela sempre vem quando esqueço.
É  perceptivel a circulaçao na palma de mãos e pés. Sinto a superfície corpórea com maior intensidade. Como se o gás hélio ali estivesse concentredo, querendo sair. "Então, você é  sua própria âncora?" Então, eu sou eu e sou o outro.
Em algumas ocasiões, o corpo é um foguete no espaço (ou uma nave pouco tecnológica). Baixíssima gravidade. Sinto dar cambalhotas no ar enquanto assisto televisão. (Com ou sem intenção. É difícil ter equilibrio no espaço.) "Uma nave ou um balão?"
Hélio ou ausência gravitacional?
Preenchida ou vazia?
"Quase asma?"

quinta-feira, 15 de junho de 2017

Dissociação de ti

Vejo você. Tenta adaptar-se a mim.  Esvazia- se de si para que eu caiba e você se adapte. Se adapte a minha forma.
Te digo agora, novamente. Não,  não quero. Não quero que se adapte ou corra atrás de mim,  buscando mapear cada um de meus traços para ter certeza de que caibo aí dentro. Como se contasse gigabytes e eu fosse um novo download. Grande demais para sua memória. Você é uma máquina obsoleta.
Não se esvazie por mim. Seria inútil. Eu não caibo. Eu não quero. De você quero dissociação total; distância. Entretanto; você insiste tanto, tanto.
Pode ficar; contanto que definhe. Até o último grão.  Não se preocupe. Prometo assistir até o fim. Prometo esse prazer à você; que quer minha presença. A mim; que quero sua destruição. A dissociação de ti. Esse espaço é só meu. Este corpo, agora sou eu. Obrigada por mantê-lo quente enquanto estive perdida. Boa noite.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Piada

Quer que fuja? Berrava cada ladrilho da pia da cozinha à cada novo pensamento de abordagem a ser usado com ela. "Todos parecem zumbis às manhãs de segunda-feira." E ela sorriu. E então,  quem quer que fugisse, não era mais importante. E os ladrilhos sussurravam que ela gostou da sua piada e também não se importa com a cara de ressaca.

terça-feira, 2 de maio de 2017

Afastada das margens

Descobriu o que era. Uma árvore oca, no momento. Era assim que sentia agora. Esvaziada de objetivos, esvaziada de ser.
Vazio enrolado numa casca. E se sou vazio, e se tenho nada, nem objetivos nem estrada, nem paradeiro, nem parada nem eu, nem roupas.
Não sou significado nem sua posse. E tudo me cobra respostas e certezas e providências e provisões e previsões sem margem de erro, deslizes ou ponderação. E não tenho nem sou. Sou uma casca seca e oca.  E tenho sede e fome. E busco o conhecimento que mais me indecide, essa água pela qual grita meu exterior esturricado.
Não se pode comer livros. O conhecimento que busco não sei o que é, mas, já estou tão fundo em algum lugar dele que é inútil à vida prática. Inútil às faculdades e currículos.
E sou balão amarrado à casca como pedra no meio da gruta do lago azul. Não se sabe a profundidade da gruta! Não encontraram. Sou mesmo o balão?  A gruta é o conhecimento ou sou eu? O que é profundo e o que é só existência?  Eu a gruta ou o conhecimento?  O que é conhecimento?  O que sou eu além da casca? Casca só serve para ser âncora? É o nada uma primeira posse? Não estou fundo, apenas afastada das margens.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Doença de cera

Nero a doença do mundo inteiro. Mesmo quando suporta frames de mim, não tem nenhuma fonte ou referência para virar especialista em todos esses elementos de um tempo podre de moral. É minha segurança que faltava.
Fazer parte superior em algum abismo a tarde inteira de melhor qualidade dos desprevenidos.
Lago de luz das mais diversas formas em fevereiro. Vale dizer adeus aos poucos metros lineares de algo sem dúvida.
Tibete de algodão e você sabe. Desde já agradeço muito cedo na hora do muro. A intenção de dizer que me neguei e nem terminei o que posso confiar nos ultimos tempos de cera.

sexta-feira, 31 de março de 2017

Morte do conto de fadas

"Quase me sinto envergonhada por dizer que isso é belo." Mania (?) de gostar do estranho. Como pretende ganhar a vida com isso? Acho que não tem futuro. "Eu também."
Real problema é que não percebem a relatividade da beleza. A mídia mostra um belo inexistente!  (Matei uma fada? Um conto inteiro? Um boneco humano, talvez?). Esse conceito é tão partucular que as pessoas não percebem.
Não são reprimidos apenas os considerados feios, mas também eu, quase me falta coragem para admitir -me sob sua hipnose.
"Nada há de novo." Há, mas, escondido está e permanecerá. É difícil a aceitação do diferente e inovador. Dizem querer criações mas não dão liberdade ao criador ou atenção à cria.''
Quase me envergonharia por você se não fosse suficiente ocupado pela vergonha de admitir minha percepção de belo.

Ruas de seus ETs

Acordada pelos gritos da fumaça de seu cigarro. "O mar é bílis". "Gosto de mar na boca", gritam minhas papilas. Deixamos a cidade tão podre quanto as pessoas.
"Qual o sentido da dor?" Fica ao norte de sí. O vácuo disse a mim que a vida não tem sentido para que tivéssemos o direito.
Latas e garrafas espalhadas pelas ruas de sí mesmo. Sou planeta e universo com ETs.
Mas
eu não fumo
nem
existo

quinta-feira, 16 de março de 2017

Derramamento de eco

Injetei esse ácido corrosivo em suas artérias. Ela que tanto se derrama .Ouvi dizer que era seca!. Não é. Talvez a mate.
Sempre perdendo e reconstituindo membros. Não sabem que não vou morrer assim se não quiser. Só sabem que dói.
E a chuva de silêncio. Nunca disse que azul é cor primária. Nunca diria. Não sabe o motivo de tanto derramamento de sí. Procure seus pés. Está mais certo de quem morreu de cansaço nessa última estabilidade?
Essa tv nunca teve controle remoto. Vamos escolher verduras em prateleiras. Não deixe suas pegadas no quarto do eco.

Decisão verminosa

Desceu do avião e descidiu que devia parar. E parou. E parou de andar. E todas aquelas pessoas o insultaram. E com o tempo, também as malas. E "eu não sabia que Lispector era achada louca."
Segurancas o tiraram de lá e ele soube que não era hora de voltar ao corpo. Decidiu pela decisão e ficou onde fora jogado.
E não importa que à noite ratos roam meus dedos. Não voltarei hoje. Não importa a mim quantos vermes existem naquela ferida da perna.
Apodreci. Não é interessante o quanto veja daqui aquele organismo vivo e podre. E dentro dele o meu. E minha mente. E ela cheia de vermes. Enojei -mas da carcaça. E da bolha que a abriga.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Uma vez

Luna. Sou eu. Bipolar. Descobri muito cedo. Antes dos médicos. Desde sempre soube de minha personalidade. Contradição. É contrária à doença.  Pude negar mais e melhor. Fingi que não era impulsuva. Acreditei. Muito.  A personalidade não é. Sou. Soube que era um traço da doente. Neguei. Magoei alguém assim.

Estou maravilhada com o que sou e o que posso ser. Por que neguei? Delicioso aceitar. Por que renunciei à coragem? (Exatamente o que sempre quis.) Sempre tive.
Neguei -me. Traidora. E bela! Bela, complicação de caos. 
Saber demais. Saber cedo. Confundi -me. O conhecimento não  impede de tomar decisões estúpidas. Entetanto, não é culpa dele, é sua.

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Posse

Senhora é uma palavra (girassol) de distância. Quero uma voz que não seja minha. E meia palavra de distância? (Gira!)De você é muito (um gira d distância).

Ela gostava de visitar poços de hipocrisia aos domingos. Girassóis sem seus olhos.

Não é culpa do nada. Não é culpa de nada. Tampouco de alguém. Além de mim e de meu tudo. Meu todos os motivos, e eu, e eu os tenho.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Asas de bílis

Juro q parei e vi se havia algo errado com meu rosto. 
Quem pintou o céu com bílis já engoliu uma tempestade?
Existe em mim uma coisa chamada estômago,  e ela doi.
Você colocou todo esse vapor de chumbo fervendo no meu estômago quando disse que o mar estivesse azul e minhas asas no chão. 

Seca, cega,

A noite chega. Sorrateira. Inquieta. lembrado o motivo. Onde está? 
Uma voz lembra minha boca de dizer que não vá se perder por aí. Quero você aqui. Que visita fica em casa destruída?
Noite, dona das ansiedades (prazer) veio dizer que estou nela e ela sou eu e que história é essa de perder -se por falta de lanterna? Desde quando suporta ou precisa de luz?  Vê demais no escuro, assim, as luminosidades se confundem,  a lanterna cegou -te e você não sabe mais onde está, sente a ardência do sol, sabe que é escuro e não vê. Está perdida e desidratada. Seca, cega.
Perdi alguns membros no deserto e escuto -os chamando -me. Onde estamos?
Mergulhada em algum abismo de vermelho líquido e aquoso, quase luz. O escuro é meu amigo devia aceitá -lo. Envergonhava -me. Peço minha redenção. 
Eu a noite, escuto qualquer ensaio de socorro da eu perdida que parece sem voz. Onde gastou sua força?  Estou perdida em mim. Brigamos antes de eu ir embora. Quero uma reconciliação. Comigo.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Eu o indizível

Sou eu! Todos os Indizíveis que existem em você. Estou aqui para sua insônia. Desfilo na hora da agonia. Sim, para rir da sua miséria. Como sabe tão bem.
Sou seu incontrolável suicídio, seu mau disfarçado tesão, sua sede de sangue, seu asco humano.
Sou o coletivo da sua população,  escondido. Escondido para todos e em todos. Você não diz, mas sempre soube que não é o único.
Mesmo padres precisam de uma boa foda. Um assassinato. Indizível.

Indizíveis voltando para a mente.

Comendo todas as mentiras dele
É isso que você quer? Isso que você é? Querida, onde ele quer você?
Disse: Vamos, Superman, diga sua fala estúpida. Dois lados de mim não podem concordar, quando eu respiro muito fundo.
Indo com o que eu sempre desejei. Pare antes que seja tarde demais. E eu ainda não sei. Já soube? Finalmente voando. Sei que não acha que é certo. Que é falso. Eu acharia impossível, mas olhe para mim! E eu sinto.
Talvez o falso é o que eu gosto. Sei que é difícil de digerir, mas, esse amor é tão diferente do resto. Sei que parece difícil de aceitar, mas, você tem seus demônios, e ela tem seus arrependimentos. Sei que é difícil de digerir essas músicas insossas.
Eu realmente sei que esta merda é tão bom quanto ganha. Sei que parece difícil de aceitar, que é difícil de descrever.
Pare de pensar que era a única opção
Como saberei que isto está certo?
Desde aquele dia
tem agua no meu ouvido
Ela fala comigo
Coisas inaudiveis
Indizíveis
Operador, por favor Me passe de volta para minha mente.

(Como saberei que isto está certo?)