As ideias também fazem sexo.

As ideias também fazem sexo.

sábado, 17 de outubro de 2015

Observações feministas anárquicas

Vamos imaginar que todas as mulheres do mundo desaparecessem… Para que o trabalhador desse o melhor de si no seu trabalho e não desperdiçasse tanta energia cuidando dos afazeres domésticos e filhos, o sistema teria que dar um jeito de facilitar, não acham? Logo apareceriam creches em todas as empresas, restaurantes coletivos a baixo, lavanderia publica… Por que nada disso é providenciado? Por que o sistema naturalizou que estas funções são da mulher, mesmo que ela esteja ativa no mercado de trabalho tanto quanto o homem, ela precisa dar conta de todos estes afazeres, cooperando assim para manutenção do sistema patriarcalista e capitalista.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Horas e bordéis

O relógio.  Jamais esqueceria-se daquela imagem no relógio. O relógio. A mais bela em sua coleção. Com toda a podridão de parâmetros moralistas . Aquela imagem valera a pena. Uma das poucas em suas viagens de negócios gastas em bordéis miseráveis.
Coleção quase inexistia. Tão pequena para alguém tão rico e estudado. Aquela puta no relógio povoou seu intelecto horário.

Putrefação acimentada

Simplesmente fechou os olhos e rendeu -se ao abismo. Caiu por tum tubo vermelho até o fim do infinito arco íris esquecido no mundo real. Não a encontrou.
Ela nao queria ajuda. Não gritava mais.estava morta em algum lugar de sua mente.
-Alguém se suicidou no porão do meu cérebro.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Morfina

  Observou o relógio. Quanto tempo a mais para ver sua pequena? imaginou as palavras escritas. Não era uma boa história. O corpo. O corpo ainda doía. Observou a sí. Algumas feridas ainda sangravam. Distraiu-se com os seios. Ainda tão firmes e macios. Voltou a examinar.. O rosto.. O resto.. Um rato.
   Vestiu-se. Saiu nas trevas que lhe iluminaram o medo. Minha pequena. Quanto tempo mais? Todos os livros diziam: devia haver um motivo. Cansaço? a saudade. Minha pequena.
   Aquela noite não a levara. Levara a outra. Ela continuava ali. Bem viva dentro de sí. O corpo inerte, a pequena a exporar seu novo ser. Ela fora com o corpo.. Certo?
   Quanto tempo mais? pensava, encurtando-o com novos goles e tragadas, "mais uma injeção de morte, por favor". Pequena! bela pequena! Nunca mais cresceu. Ainda mais bela esta pequena.. Bela noite. Você gosta da lua cheia, não é?
   Era um grande quintal. Boa porção de terra isolada. Onde estava aquela coisa de cavar? fez um buraco.
Ruim e profundo. Enfiou lá, bem ajeitada, aquela caixa de morte, já ansiosa. Agora, pequena, uma injeção a mais.

Ciclo?


 
 Eles diziam de caminhos. Prometiam ajudar. Sem a suposição que ele pudesse precisar. Precisou, e descobriu-se só. Como sempre estivera. Ao oposto da rua, ouviam-se gritos e alegria. Aniversário. Discurso. Agradecimento a eles, " eles dizem de caminhos, eles prometem ajudar".

Um cão Andaluz (Un Chien Andalou)

  Foi o primeiro filme de Luis Burñuel, em parceria com Salvador Dalí, parece tratar-se pura e simplismente de loucura. Reza a lenda que tudo começou quando os então (brigaram depois disso, e nunca mais voltaram a falar-se) amigos, sentaram-se, e Burñuel contou que tivera um sonho, em que uma nuvem cortava a lua, assim como uma navalha partia um olho, então, Dalí, contou seu sonho em que várias formigas saiam de uma mão. Além dos sonhos, são atribuídos maiores significados às cenas, como, o desejo de matar (formigas nas mãos) e o rompimento com a lógica (imagem à baixo)


 
  Então,os dois estabeleceram uma regra ao filme: não incluir ideias ou imagens que pudessem ter explicação racional, aceitar apenas o que os impressionasse, sem saber porquê. Por isso, o filme mais parece pura e simplesmente loucura, Porém, nesse filme, pelo que pode ser notado, para tudo parece haver uma estranha obsessão pelo sentido.



  A ideia de tirar imagens de  sonhos possui grande influencia de Freud. Os surrealistas mergulharam na ideia de que a verdade estava nos sonhos ( tal como pregava o neurologista com a descoberta do inconsciente).

“um apelo desesperado, apaixonado, pelo homicídio”. Foi como Dalí e Burñuel se referiram ao filme.
Os criadores do filme quiseram chocar, sacudir a sociedade burguesa com cenas instintivas de Eros e Tânatos, o amor sexual


  e a morte, os dois pilares da doutrina freudiana. Também quiseram ridicularizar a burguesia, representada pelas pessoas luxuosamente trajadas que surgem esporadicamente no filme, e, como espanhóis, a Igreja Católica, representada pelos dois bispos.

O Cão Andaluz vai sempre representar uma experiência sensorial absorvente, a despeito de que ao longo das décadas o filme vem causando atração ou repulsa aos olhos de quem o vê. Particularmente, acho que mesmo não o entendendo, O Cão Andaluz fascina, e talvez, os inúmeros significados atribuídos à ele sejam precipitados, afinal, o próprio Burñuel disse que para ele, o roteiro do filme é formado por imagens surpreendentes e absurdas sem significado algum, um filme experimental em que a forma seria mais importante que qualquer conteúdo. “No fundo, não é nada mais do que um desesperado, um apaixonado apelo ao crime".


                                                   Resultado de imagem para um cão andaluz

Segue aí, para quem quiser conferir o filme.