As ideias também fazem sexo.

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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Morfina

  Observou o relógio. Quanto tempo a mais para ver sua pequena? imaginou as palavras escritas. Não era uma boa história. O corpo. O corpo ainda doía. Observou a sí. Algumas feridas ainda sangravam. Distraiu-se com os seios. Ainda tão firmes e macios. Voltou a examinar.. O rosto.. O resto.. Um rato.
   Vestiu-se. Saiu nas trevas que lhe iluminaram o medo. Minha pequena. Quanto tempo mais? Todos os livros diziam: devia haver um motivo. Cansaço? a saudade. Minha pequena.
   Aquela noite não a levara. Levara a outra. Ela continuava ali. Bem viva dentro de sí. O corpo inerte, a pequena a exporar seu novo ser. Ela fora com o corpo.. Certo?
   Quanto tempo mais? pensava, encurtando-o com novos goles e tragadas, "mais uma injeção de morte, por favor". Pequena! bela pequena! Nunca mais cresceu. Ainda mais bela esta pequena.. Bela noite. Você gosta da lua cheia, não é?
   Era um grande quintal. Boa porção de terra isolada. Onde estava aquela coisa de cavar? fez um buraco.
Ruim e profundo. Enfiou lá, bem ajeitada, aquela caixa de morte, já ansiosa. Agora, pequena, uma injeção a mais.

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