As ideias também fazem sexo.

As ideias também fazem sexo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Todo, o vazio

Apenas mais uma especulação indomável. Onde encontrara aquele tempo? Um bar. Um mar. Um lar? A lua escondia -se sob a ofuscante (indesejável) luz do dia.
Perdão, eu me perdi no tudo. É tão vazio! Onde procuar sua companheira á boêmia? "Procuro -a nas próximas horas"
Sua negritude ofuscante acorda -o . Encontra -a depois das núvens. Vão beber. Até que o sol criança benha Dar juízo aos velhos. Enfia -los no sono.

Maldita superfície

Acordou sem nome. Na superfície da própria mente, jazia. Bloqueada aos demônios mais profundos. Esse é o lamento.  A vontade de fumaça,  picadas, doces, farelos, destilação e fermentação. Jazia. O medo não é o de sí.  É o do só,  o da falta de sí, o do fracasso. Tem medo de não mais se recuperar desta maldita superfície.

Buraco negro

Sempre lembrava -se das reconfortantes insônias ao amanhecer.  Berço de sua insanidade. Aquela dualidade em sí a amedrontava.
A loucura. A vontade. A inconstância. A desistência. O fracasso. As drogas. O sexo. Os sexos. A droga.
A falta de contato consigo, insanidade, sentira saudade e agora, a sugava para seu abismo .
O delicado abismo da loucura. O buraco negro.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Débora

 Era madrugada. Não tínhamos dormido.  Ela começou a me dizer de tudo que haviam feito com ela, coleguinhas a trancaram num baú aos 6 anos, a melhor amiga inventou q estava grávida, um cara q nunca tinha visto dizia tê -la "comido".
Uma a uma as decepções q se lembrava do ano,  foi me dizendo. Eu amei cada segundo daquela noite.
"Então,  eu estava na escola,  era o dia da apresentação de um trabalho,  eu tinha de entregar uma foto de alguém tinha alguma importância,  e dizer o motivo. Lembrei -me disso no último segundo,  fiz a mulher do transporte esperar,  corri,  peguei a foto que havia deixado pronta na noite anterior,  meti -a na jaqueta, num bolso qualquer. Então, cheguei, todos aqueles tijolos me lembravam que merda era aquele lugar,  aquelas pessoas.
Não sei como, fui parar no último andar. Era deserto. Comecei a pensar e odiar cada segundo naquele andar. Odiava pensar, ainda mais,  sobre minha vida. Sentei -me á beira da janela do banheiro...
Uma bela palavra me beijava a língua, eu a saboreava,  como minha última, talvez. Suicídio, era seu nome.
  Então, senti aquele papel me encomodando, na veste.  A foto. Pensei que talvez, houvesse esperança,  Amanda, pensei que previsava te ver mais uma vez. Você,  é a irmã que nunca tive,  mas sempre quis. Quero que fique com a foto."
Hoje,  ela me evita. Tudo bem, eu espero.
Amei cada segundo daquela noite.  Cada instante daquelas férias. Eu amo ter vivido isso. Eu espero. Eu amo. Débora.

domingo, 22 de novembro de 2015

Descontentamento contente

Vida boêmia (feliz? ) não sabia ao certo. Apenas notara a mudança no estilo da autora. Mais leve? Boêmia pé sujo. Ao pino do sol, uma amada à acompanhar. Pontos viraram vírgulas e o papel disse sobre ela.
Agora eram ele e ela, e Ela via, agora, o enredo da dança. Ela não pisca. Não entende.
Agora ela aprecia a nova face do autor desconhecido.

Poses e posses

Era um homem sem rosto, gosto, malas, maletas, poses, posses.  Livre, mas retratava, tratava, observava a miséria alheia, que é tão humana. Esquecia -se da miséria de seus farrapos, fiapos,  fiascos.
Olhou para mim, sorriu, agradeceu a moeda.
Lembramo -nos de nossas vergonhas. Miséria.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Azul como o leite

Estava cansada. Sempre comparavam seus olhos ao céu ou mar. "Violentas também são azuis!". A verdade é que nem mesmo essa comparação a satisfaria, afinal, seus olhos eram quase brancos, de um azul tão pálido,  quase doente. Ela adoraria ouvir, seriam como, "azul doente" ou " tinta guache aguada" , "azul comoo o leite" também funcionaria.
Odiava os olhos com a alma "Ao menos não sou loira! Imagine o desastre!" Gostava do cabelo castanho -escuro e comum. Gostava de uma garota.  Uma garota gostava dela. E todos sabíamos como as coisas deveriam ser.

Palavras e pupilas

Ela ama. "Vou para o inferno por amar?" Perguntou -me esta tarde. Sim! Você vai por amar, eu vou por todo o resto e os relogiosos vão para o céu por toda verdade e opressão.
Ela tem a filha do pastor. A filha do pastor a tem. A primeira aprendeu o gosto do brigadeiro nos seios da segunda. Esta, aprendeu o gosto da cannabis na vagina daquela, "já ouviu falar em peruana?". Juntas, aprenderam o amor e o vício. Vício no amor. Vício em fazer amor, em sexo, vício uma na outra. Carne e palavras, pupilas e expressões.
Deus e a família,  o sagrado, o aconchego,  a proteção,  a compreensão. Tudo as julga. Nada as mata. Nada, além da separação.

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

As linhas e o café

Neblina matinal
O frio que sufoca
O céu... o sol...
o resto
um rosto,
o rato

Perdeu o primeiro ônibus
-comprar café-

Dor de cabeça,  enjoo
Exorbitante...
Esquecera -se
Da segunda-feira

Velho nome esquecido
Aquela era sua felicidade...
clandestina?

Seria o oculto dito
esquecido na garganta,
aparente na máscara
do personagem verdadeiro?

Era uma certeza...
Que não quisera ter tido
-café frio-
O estilo
que nao queria ter mudado

o medo...
fracasso... dúvida certeira,
e as vírgulas
essa ressaca
a noite,  o back,
a outra
e ela?
o trem inexistente
e o gnomo
de todas as manhãs

Uma vela azul
Todos os mortos
na calçada...
cada minuto
que pensou,
aquela seria sua última
seringa
A libertação do cansaço eterno

O excesso de linhas
E as palavras que engasgaram?
Seria um dia azul
-Isso é otimismo?-

O otimismo do ano
morto...
resumira-se a isso
-Hoje meu pessimismo é
ensolarado!-

Finalmente...
o ônibus
Atrasado.