A informação deixava -a sem verbos. Sentiu o vermelho e viu que era muito. Estava frente a um espelho e limpava o sangue num livrinho de rezas. Era muito. Como cabia tanto sangue num corpo tão pequeno? O menor da casa, à exceção de Duffy, a pequenês da família. Tanto sangue! Então, lembrou -se da dor e começou a senti -la. Tanta dor! Mãozinhas tão pequenas.
Viu no espelho que tinha sete anos e Duffy morrera atropelhada e machucara a perna num degrau da escada, estava fugindo. O papai. Quem era a mulher com ele no quarto de hóspedes? mamãe, está doendo! "Mamãe está doendo" porquê não disse que papai não me queria mais? Eu vou ser uma boa menina.
Olhou o espelho. Estava mais velha, tinha uma cicatriz na perna e chorava e dizia o nome de alguém mas não entendia de quem. Então, viu o gato de Chelshire. Fora envenenada. E aquele seu namorado? Sangue e agora um garoto chorando. Mamãe! Ela se aproximava e agora o garoto sumiu e ela acabara de receber uma informação. Lembrou -se daquela melhor amiga. Nua. Ela também. Tocavam -se. Era bom. Seu primeiro trago. Que era essa informação? Não lembrava -se. O homem ainda estava por perto. Talvez devesse aproximar -se e pedir que repetisse a informação. Chorava. Porque? Aquela aliança em seu dedo...
Acordou. Num manicômio. Lembrou -se da informação. Enforcou -se dali a três dias.