Quero vomitar todo esse planeta no meu estômago. Não quero mais zim. Quero vomitar esses gritos, enxotar a berros, essas palavras sem nome. Engolidas? Não! Elas foram absorvidas pelo sangue, odiada pelos rins e, viraram vapor no estômago. Formaram densa massa girando em círculos. Tenho um sistema solar no estômago! Ele quer expandir explodir!
Quero que ele exploda expanda - me. Quero uma explosão em mim agora. Que comece pelo estômago.
As ideias também fazem sexo.
quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Estômago
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Existir palavreado
Talvez Eu estivesse chorando se fosse outra. E essa outra, em meu lugar, não tivesse aprendido tão fielmente a ser a Eu de hoje. Eu seria outra e a outra outras escolhas escolheria.
E eu escolhi ser a Eu desse horário, e fiz todas as escolhas do minuto passado pensando que talvez virasse que Eu?
E de todas as Eus, essa ainda não é a favorita, nem a definitiva. Definitivamente, não há Eu definitiva. Definitivamente a Eu hoje, não serei a Eu de sempre para a eternidade. Nunca fui (ou serei) Eu. Não Eu, esta Eu tão Eu e não outra. E esta Eu tão translativa, rotativa, transitória nunca será Eu mesma, ou ela, pois quando souber o que é, já não o será. A definição dura, até o momento que é interrompida pelo nome. E então, não serei mais Eu, mas mais outra palavra. E a palavra se perde e dissolve quando me esqueço, ou quando nos intervalos, de Eu em Eu, não existo.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Dentes de salmora
borboletas e libélulas cerebrais saindo de seus estômagos. As libélulas dele buscavam seu molhado para germinar. As borboletas dela, à procura da melodia para escalar.
Era tudo um só buraco negro. E os dentes. E os dentes! E os dentes? Quem nos mastiga agora? Salmora insalubre. Insalubre a solução. Salmora a chama. Salmora à chama.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Moralidade antinatural
domingo, 20 de novembro de 2016
Lunática fugitiva
Luna foge. Alguém segue Luna porque ela foge... está fugindo... está fugindo agora... Está fugindo agora! Porquê foge, Luna? (Ela não tem para onde ir! ) Para onde não vai, Luna? (Dizem que você é louca! ) Dizem que você é louca, Luna, é verdade?
Louca
Luna
Luna
Louca
Loucamente
Luna
Na
Luta
Pela
Lua (direito seu, de nome)
Louca
Luna
Lunática
quer a lua
onde não importa
esta merda de saúde mental
(onde não tem normal!)
onde eu sou um animal
e nós sabemos trivial
Porque por aqui, por aí,
essa sanidade
massante
doente,
doentia
ferozmente
ética
Me dói, me suga, murcha.
Vou -me embora pra Passárgada
Lá sou amigo do rei
Dedos e papilas
Eu não imagino essas cores fora de minhas papilas gustativas. Eu tinha o céu na ponta dos dedos. Ela me levou ao céu com os dedos e suas papilas guatativas. Quero um pouco de som e umas migalhas a mais.
Mastigando saliva, deglutindo pólvora
Explosão
Destruída
O mundo me devora
Aceite a dor de estômago
Plantas comem sol
E como um grão de pó de diamante,
flutuemos
neste mar de pólvora e saliva
Insuficiência cardíaca insuficiência respiratória
Vou perder você e não há nada que possa fazer. O que tenho não é suficiente, foi o que me disse. Você vai embora, entregar-se a uma provável morte certa. Não vou suportar isso.
Assim como não consigo imaginar o meu ser deixando o seu. Você disse que está perdido. E eu não tenho o mehor pra você. Nem o suficiente para te fazer ficar.
Ele disse que vai por nós. Por nós. E esse nós é tão incerto quanto a probabilidade de vida dele.
Eu o amei. Agora ele vai embora. "Por nós" ele disse.
segunda-feira, 7 de novembro de 2016
Sonos estranhamente
Sei o motivo de meu quase encontro. Pacto.
Não é a felicidade. É o topor, a falta de si. Não se sente o vazio porquê pôs uma parede de madeira, e você é um balão de hélio, conectado a si, apenas por uma linha.
Você não tem tanta experiência quanto eu em viver minha vida. O pacto que liberta da linha na madeira.
Eu tenho que ir, porque alguns sonos na minha cabeça dizem vozes estranhamente azuis.
domingo, 6 de novembro de 2016
Apodrecida
Sou meus pedaços que apodrecem
Só meus pedaços apodrecem
Apenas meus pedaços apodrecem
Não só meus pedaços que apodrecem
Apodrecendo
apodrecem
podres
os podres
da podridão
apodrecida
em.
Nós.