Talvez Eu estivesse chorando se fosse outra. E essa outra, em meu lugar, não tivesse aprendido tão fielmente a ser a Eu de hoje. Eu seria outra e a outra outras escolhas escolheria.
E eu escolhi ser a Eu desse horário, e fiz todas as escolhas do minuto passado pensando que talvez virasse que Eu?
E de todas as Eus, essa ainda não é a favorita, nem a definitiva. Definitivamente, não há Eu definitiva. Definitivamente a Eu hoje, não serei a Eu de sempre para a eternidade. Nunca fui (ou serei) Eu. Não Eu, esta Eu tão Eu e não outra. E esta Eu tão translativa, rotativa, transitória nunca será Eu mesma, ou ela, pois quando souber o que é, já não o será. A definição dura, até o momento que é interrompida pelo nome. E então, não serei mais Eu, mas mais outra palavra. E a palavra se perde e dissolve quando me esqueço, ou quando nos intervalos, de Eu em Eu, não existo.
As ideias também fazem sexo.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
Existir palavreado
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