Odiou cada póro de seu corpo. Cada átomo gritava o esgotamento da rotina incansável de palavras mesmas de sentidos que inexistem, cada dúvida e rebelião. Odiou as quatro chamadas perdidas. Todos os dias se doava por aquilo. Era essa a razão de sua crescente ansiendade.
Sim. Já perdera mais chamadas daquele amor. Sim. Sempre insuportáveis. Da mesma forma? Não importa. Tentava distrair -se agora, concentrando -se em sua dor de cabeça ou fome.
Odiava cada partícula de luz refletida do astro rei por aquele satélite minúsculo. odiava com todo o vazio do peito e nó da garganta. Odiou a realidade e a ficção do livro que lia, do social que usava. Odiou sua maquiagem, medo e sapatos. Odiou as quatro chamadas perdidas.