Muito a dizer. Pouco a falar. Calava -se. Sempre que desatava a contar, pouco dizia e muito falava.
Guardava os ditos para sí, apenas. Não lançaria aos porcos, pérolas. Em sua preferência tinha passar -se por superficial, comum.
Sabia que seu destino era só. Não queria acatá -lo. O banal tem companhia. Mas ela não era, e mesmo acompanhada, era sozinha. Mesmo sua superfície era profunda.
Drogas, sexo? Não se esquecia do vazio. Bêbada ou de ressaca, em alucinações ou abstinência.
Distraía -se dele, porém, durante os minutos que duravam um teatro, uma orquestra, uma ópera, um sarau, um show, uma música, um filme, um musical, um livro, uma poesia, uma pintura, uma foto, uma imagem, um pássaro a voar, um bêbado a chorar, um cheiro que sorvia, uma bebida que degustava, uma comida que apreciava, uma dança que sentia, a arte que engolia.
As ideias também fazem sexo.
sexta-feira, 11 de dezembro de 2015
Engolindo arte
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