Era uma bela árvore. Linda, frondosa, forte, na calçada ( chegava a quebra -la com suas raízes) chamou -me atenção. Comecei a puxar assunto.
Mostrou - se vaidosa. Perguntei como era ter tão fortes raízes. Era visível, mesmo no tronco dela, viamo -nas cortadas ( e no chão, era perfeito círculo, pareciam ser podadas com o tempo). Era belo e sôfrego (Que beleza não dói?).
Quis então saber, qual seria sua preferência, raízes livres ou a observação e admiração humana. Ela prefere raízes mutiladas. Sente que cada carro que passa agracia-lhe com seu carbono, pensa que é um incentivo para continuar frondosa, bela. Se tem admiração até dos carros, porquê sairia de lá?
Havia em suas raízes lixo, vidro quebrado, mesmo assim, não importava -se, era a miséria humana, gostava de apreciar aquilo, sendo objeto de embelezamento. Sente -se grata em embelezar algo tão decadente
Também agradece o fato de ter sobrado, ao seu redor, são observáveis cicatrizes de ex árvores (agora não devem passar de entulho). Ela diz que sua beleza a salvou.
Raízes livres, mesmo em liberdade, não fariam sentido, ainda estaria em risco.
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